sexta-feira, 31 de agosto de 2012

DIFERENTES FASES DO PROCESSO DE INCLUSÃO


Vamos dar uma pincelada sobre o histórico de todo esse complexo processo de reavaliação de conceitos até chegar a o que hoje chamamos de inclusão, tendo em vista que segundo  Sassaki (2006), passamos por quatro fases básicas.
• Fase de Exclusão: período em que não havia nenhuma preocupação ou  atenção especial com as pessoas deficientes ou com necessidades especiais. Eram rejeitadas e ignoradas pela sociedade. 
• Fase da Segregação Institucional: neste período, as pessoas com necessidades especiais eram afastadas de suas famílias e recebiam  atendimentos em instituições religiosas ou filantrópicas. Foi nessa fase que  surgiram as primeiras escolas especiais e centros de reabilitação. 
• Fase da Integração: algumas pessoas com necessidades especiais eram  encaminhadas às escolas regulares, classes especiais e salas de recursos,  após passarem por testes de inteligência. Os alunos eram preparados para adaptar-se à sociedade.
• Fase de Inclusão: todas as pessoas com necessidades especiais devem ser  inseridas em classes comuns, sendo que os ambientes físicos e os  procedimentos educativos é que devem ser adaptados aos alunos, conforme  suas necessidades e especificidades.
Segundo Correia (1999), a Idade Antiga, na Grécia é  considerada um período de grande exclusão social, pois crianças nascidas com  alguma deficiência eram abandonadas ou mesmo eliminadas, sem chance ou direito  ao convívio social. 
Na Idade Média, pessoas com deficiência eram também  marginalizadas, até por questões sobrenaturais, rotuladas como inválidas,  perseguidas e mortas. Assim, muitas vezes as famílias preferiam escondê-las e  assim, privá-las da vida comunitária e social. A idéia de promover aos filhos,  qualquer tipo de intervenção em ambientes diferenciados não era uma prática  comum. Conforme Jannuzzi (2004), no Brasil por volta do século XVIII, o  atendimento aos deficientes restringia-se aos sistemas de abrigos e à distribuição de  alimentos, nas Santas Casas, salvo algumas exceções de crianças que até  participavam de algumas instruções com outras crianças ditas normais. 
No século XX, a questão educacional foi se configurando, mais pela  concepção médico-pedagógica, sendo mais centrada nas causas biológicas da  deficiência. Com o avanço da psicologia, novas teorias de aprendizagem começam  a influenciar a educação e configuram a concepção na linha psicopedagógica, que  ressalta a importância da escola e enfatiza os métodos e as técnicas de ensino. Por  volta da década de 1990 e início do século XXI, avançam os estudos em Educação Especial no Brasil . Esse discurso favorável à inclusão foi fortemente  influenciada por movimentos e declarações internacionais, desde o final da década  de 40, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tomando maior impulso a  partir dos anos 90 em favor da implantação das reformas neoliberais.
A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas produziu vários  documentos internacionais, norteadores para o desenvolvimento de políticas  públicas de seus países membros. O Brasil, membro da ONU e signatário desses  documentos, reconhece seus conteúdos e os respeita na elaboração das políticas  públicas nacionais. Dentre os documentos produzidos destacamos: Declaração Universal dos Direitos Humanos; Declaração Mundial Sobre Educação para Todos e  “Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem”;  Declaração de Salamanca; Convenção da Guatemala e a Declaração de Montreal.
Vendo o que foi feito até hoje, vendo todas as barreiras que já foram quebradas, todos os direitos que já foram conquistados, observamos o quanto ainda precisa ser mudado, estudado e repensado, o quanto ainda precisa ser feito para termos uma inclusão benéfica especialmente pelos ditos anormais, se é que isso existe.

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